segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Historia do conflito


A Guerra Civil Síria é um conflito que teve início após uma sucessão de grandes protestos da população a partir do mês de janeiro de 2011. Um mês depois, o tom das manifestações ficou mais agressivo e elas se tornaram rebeliões armadas influenciadas pelas diversas revoltas que ocorriam ao mesmo tempo no Oriente Médio: a Primavera Árabe. Os grupos de oposição, ao se manifestarem de forma incisiva, têm o objetivo de derrubar Bashar al-Assad, presidente do país, para iniciar um processo de renovação política e criar uma nova configuração à democracia da Síria. Porém, a situação acredita que as ações do Exército Sírio Oficial, que pratica ações violentas contra os manifestantes, são formas de combate aos terroristas que pretendem desestabilizar a nação. Devido a isso, teve início uma mobilização envolvendo os veículos de comunicação e a sociedade, que exigiram mais transparência dos políticos, liberdade de expressão e promulgação de um novo conjunto de leis.
Voltando ao ano de 1962, pode-se fazer uma análise da situação da Síria e descobrir o porquê do tom emergencial dos protestos. Naquele ano, foram suspendidas as medidas de proteção para os cidadãos do país que estavam previstas na constituição anterior. Considerado um ditador, Hafez al-Assad manteve-se no poder da nação durante três décadas, passando o posto para o seu filho Bashar al-Assad, que se mantém no poder com mão-de-ferro desde 2000.
Devido a estes fatores, as manifestações da população síria foram iniciadas em frente as embaixadas estrangeiras de Damasco (capital) e ao parlamento sírio. Para conter os protestos, o governo mandou as forças militares do país contra os motins. Então começaram os conflitos entre as população e os soldados sírios, que, ao longo dos protestos, já resultaram em centenas de mortes, sendo que a grande parte refere-se aos civis.
Porém, diversos militares demonstraram-se contrários às ações do exército para conter a população. Há relatos de soldados sendo expulsos das forças militares após se recusarem a atirar na população. Depois de diversas represálias governamentais contra os guerrilheiros rebeldes, um grupo de civis e desertores formaram uma ação conjunta e criaram oExército Livre da Síria para lutar contra as ações violentas do governo. No segundo semestre do ano de 2011, os opositores reuniram-se em uma organização única que foi batizada pelo nome de Conselho Nacional da Síria.
A partir deste momento, a guerra civil tornou-se ainda mais brutal e teve início um processo de incursão das forças oficiais do governo em territórios controlados pela oposição. Em 2012, os inúmeros conflitos foram categorizados como Guerra Civil pela Cruz Vermelha. Desta forma, foi aberto um atalho para o emprego de investigações referentes a crimes de guerra e a aplicação de medidas do Direito Humanitário Internacional e das decisões acertadas nas convenções de Genebra.
De acordo com dados de ativistas, a quantidade de mortes causada pelo conflito é de mais de 100.000 pessoas, sendo que 130.000 teriam sido detidas pelo governo sírio através das forças armadas. Fora isso, cerca de 2 milhões de cidadãos buscaram refúgio em outros países. Grande parte dos refugiados encontra abrigo no Líbano, nação vizinha da Síria.
Forças militares que apoiam Assad receberam acusações de serem responsáveis por assassinatos e ações violentas contra civis. Entretanto, no período em que ocorreram as manifestações, os grupos de oposição, incluindo o Exército Livre da Síria, também foram acusados por grupos de direitos humanos por atrocidades e homicídios.


O interesse russo na Síria

Entre os vários motivos, Moscou quer proteger uma base naval crucial no mar Mediterrâneo, no porto sírio de Tartous, que serve de base russa para a frota do mar Negro.
A extinta União Soviética foi o principal apoio diplomático e militar do pai de Bashar al-Assad há 40 anos. O país forneceu conselheiros militares soviéticos na guerra síria contra Israel em 1967 e bilhões em equipamentos militares desde então. Em troca, foi permitido o uso do porto de Tartous. Hoje a Rússia não tem outros portos de confiança no Mediterrâneo para acomodar sua Marinha: tudo precisa passar pelo estreito de Bósforo, na Turquia. Além disso, a Rússia tem aviões e militares em um aeroporto na cidade síria de Latakia.
Além disso, a Rússia quer ser levada a sério no Oriente Médio, e a Síria abre essa oportunidade. Os EUA falharam na tentativa de resolver o conflito sírio diplomaticamente, e um ano de bombardeios da coalizão contra o Estado Islâmico –e não contra Assad– enfureceu os grupos rebeldes sírios. Outro ponto considerado positivo por Moscou é a janela de oportunidade para restaurar a opinião pública internacional sobre a Rússia após a crise na Ucrânia e a tomada da Crimeia.

Fontes:
http://www.slideshare.net/Iarahist/guerra-civil-sria-armas-qumicashttp://www.campoformosonoticias.com/v4/2013/09/guerra-civil-siria-ja-tem-2-milhoes-de-refugiados/http://noticias.r7.com/internacional/guerra-civil-na-siriahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_Civil_Síria

Regiões envolvidas

As tropas leais a Assad lutam contra uma infinidade de grupos rebeldes cujo efetivo total é calculado em 100 mil homens. Muitos destes grupos contam com combatentes islâmicos estrangeiros. Mas há informações de que grupos libaneses e iranianos engrossaram as fileiras do governo.
No início do ano passado, entrou em cena o "Estado Islâmico", enfrentando tanto o governo quanto os rebeldes, fossem eles jihadistas ou moderados.
Entre as forças estrangeiras estão os EUA e seus aliados ocidentais, além de forças regionais como Irã, Turquia e países do Golfo Pérsico.
E a este cenário se adiciona a Rússia, que esta semana começou um campanha de bombardeios contra o que o Kremlin classificou como posições do "Estado Islâmico".
Mas de que lado estão esses atores internacionais? Veja abaixo:
EUA
Opõe-se a Assad e ao "EI" e apoia grupos rebeldes moderados. Em setembro do ano passado, o presidente Barack Obama fez um discurso em que prometeu destruir o grupo radical islâmico.
Após vários esforços diplomáticos, foi formada uma coalizão anti-EI, que, liderada pelos EUA, começou uma campanha aérea no Iraque e na Síria. Participam Canadá, Austrália, França, Reino Unido, Bélgica, Dinamarca, Holanda, Turquia e vários países árabes.
Em pronunciamento recente, Obama defendeu a saída do presidente sírio como medida imprescindível para derrotar o "EI".
"É necessário um novo líder e um governo inclusivo, que una o povo sírio na luta contra os grupos terroristas", disse Obama.


Consequência



A guerra civil na Síria já desabrigou e deslocou 11 milhões de pessoas, em uma população de 20 milhões; ou seja, mais da metade do país não está vivendo em sua residência original. A maior parte desses 11 milhões estão deslocados dentro do próprio país, um total de 7 milhões, e outros 4 milhões estão divididos principalmente entre: Líbano, com mais de 1.3 milhões; Turquia, acima de 1 milhão; e Jordânia, mais de 700 mil. Jordânia e Turquia são estados com uma autoridade central mais estruturada para lidar com o fluxo de refugiados. Já o Líbano com uma população de 4.7 milhões e um governo central mais fraco, recebeu 1.2 milhões de refugiados — mais de 20% da sua população.

Diferentemente dos seus pares árabes e turcos, os países do Golfo (Arábia Saudita, Kuwait, Emirados Árabes, Catar, Bahrein e Omã) não ofereceram nenhum abrigo para refugiados sírios. Esses países preferiram doar dinheiro ao invés de abrir suas fronteiras. O Kuwait é o quinto maior doador entre 2012 e 2015, mas nenhum deles aceitou sequer abrigar um refugiado em seu território. Os países do Golfo não reconhecem refugiados — não assinaram a Convenção de 1951 sobre refugiados. A grande preocupação dos países do Golfo é com a segurança e estabilidade. O que aconteceria casos tivessem que absorver e assimilar tantos imigrantes? Regimes que sobreviveram a Primavera Árabe não querem arriscar atrair para si ondas desestabilizadoras, ainda mais nesse momento de grande instabilidade que passa a região.

Ordem de prioridade


Os números de desabrigados e refugiados são exorbitantes. Entretanto, não fazem parte de uma realidade nova, afinal os refugiados são um dos produtos da guerra síria desde o seu inicio. Inclusive, como mostrei acima, os países mais próximos do conflito já vem lidando com a situação há algum tempo. Então, por que o assunto ganhou relevância? Obviamente, o crescente número de vítimas mobilizou o mundo. A comoção global deveria focar primeiramente na causa do problema, ainda mais porque a essa causa produz muito mais mortes que aquelas representadas pela foto de Ayan.
Desde o inicio do ano, o número total de refugiados no mundo que morreram na jornada de fuga foram de 3.729. O número de refugiados tentando chegar na Europa, via Mediterrâneo foi de 2.701 em 2015, e 2.223 em 2014. Só no Mediterrâneo, esse ano, foram 300 vítimas por mês ou 10 fatalidades por dia. Não é pouca coisa. Por outro lado, se compararmos com número de mortos na guerra síria, as vítimas das travessias são ínfimas. Já se contabiliza mais de 230.000 mortos desde 2011. Ou seja, o foco do problema deve ser a guerra na Síria. Não somente porque é a causa da crise dos refugiados, mas porque é a causa de uma crise muito maior e que mata muito mais.
Solução Europeia?

A Alemanha tem sido a líder e o laboratório na busca por soluções para a crise dos refugiados. A proposta alemã, para a União Europeia, foi a criação de um sistema de quotas distribuindo os imigrantes de acordo com uma fórmula que soma o tamanho do país (1/3 do peso) e sua capacidade econômica (2/3 do peso representado na forma de receita de impostos). Esse é o modelo vigente dentro da Alemanha e explica a origem da proposta. Dentro desse modelo, por exemplo, a população alemã com 16.1% do total europeu e gerando 20.6% do PIB do bloco, teria uma quota de 19.1% dos imigrantes. A Romênia com uma população de apenas 4.2% teria uma quota de 2.1% devido à sua capacidade financeira.

Parece simples, ainda mais para a opinião pública que não quer mais ter que lidar com imagens aterrorizantes, como a de Ayan. Só faltou combinar os refugiados! Você que sobreviveu e fugiu de uma guerra civil, atravessou mares e não naufragou, cruzou fronteiras clandestinamente, e finalmente chegou ao continente próspero, agora será enviado para algum país que não era o que você sonhava ou queria. Isso já está acontecendo. Refugiados tem recusado ficar nos países de entrada e também não aceitam serem alocados para cidades ou regiões não desejadas. Alguns dos imigrantes se recusaram a ir para Dresden e preferem ficar em Munique.
Se a Alemanha é o exemplo de como solucionar a crise de refugiados, ao mesmo tempo o país também expõe um dos maiores desafios do problema. As autoridades alemãs já registraram mais de 200 ataques contra imigrantes no país. Se nem mesmo a rica Alemanha sabe como vai lidar com tantos imigrantes e como vai sustentar um sistema capaz de não sobrecarregar determinadas regiões do país, o que dizer dos outros países europeus que já assumem publicamente não terem condições de arcar com os custos dessa absorção e, pior, não serem capazes politicamente de gerenciar as tensões causadas pelo choque de culturas.

“Ah, Heni… mas os alemães e os outros europeus não deveriam ser xenófobos ou anti-imigrantes”. Com certeza não! mas o Assad também não poderia massacrar sua própria população, o Estado Islâmico não deveria decapitar pessoas inocentes, não poderiam haver guerras, crimes, etc. Pois é… Soluções românticas são tão deslocadas da realidade quanto soluções utópicas porque não se preocupam com os desafios existentes na hora de lidar com os problemas. Ignorar as consequências de soluções unidimensionais é jogar lenha na fogueira e começar a preparar um nova crise, sem solucionar a anterior.

Consequências e Riscos

O maior perigo é a inserção de mais um fator desestabilizador no frágil processo de integração europeu. As crises econômica e política, o crescimento do sentimento anti-europeu e a ascensão de partidos nacionalistas já são problemas suficientemente complexos para o Bloco. A questão dos refugiados e imigrantes vai exacerbar todos esses temas. Absorver e incorporar tamanha quantidade de pessoas vai custar caro, ainda mais no modelo de bem estar social europeu. A busca por uma solução entre os membros do bloco, no que diz respeito as regras de asilo e refugiados, coloca em cheque um dos princípios do projeto europeu, a livre circulação e abertura de fronteiras. Não menos problemático será o processo de assimilação cultural e social. A Europa nunca foi especialmente competente em se desapegar das suas raízes culturais e nacionais, e absorver imigrantes sem gerar atrito e tensão social. O mundo tem que parar de tratar do sintoma e deve focar na causa do problema. É insustentável acreditar que a realidade social e política europeia vai conseguir absorver tantos imigrantes sem gerar problemas ainda maiores. A abertura europeia aos refugiados apenas vai incentivar milhares de vítimas de crises dos outros países da África e Oriente Médio a buscarem abrigo na região. A lista de países em situação caótica é vasta e cresce a cada dia. Além da Síria, temos Iraque, Nigéria, Afeganistão, Eritreia, Sudão, Líbia, Somália, Mali, Tunísia e outros. Todas essas crises não tem perspectiva de melhora no curto e médio prazo. Se a Síria, com somente 4 milhões de refugiados, está causando tamanho problema para a Europa e a para estabilidade do Oriente Médio, o que os seus outros 7 milhões de desalojados internos, somados às dezenas de milhares vindos desses outros países em crise, causariam ao tecido social, segurança e política europeia?
Fonte:http://exame.abril.com.br/rede-de-blogs/risco-politico-global/2015/09/08/o-dilema-dos-refugiados/




Atentados terroristas

O número de mortos é o fornecido pelo Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), que conta com uma vasta rede de ativistas em todo o país.
2011
- 23 de março: Ao menos 100 pessoas são mortas pelas forças de ordem durante manifestações em Deraa (sul), berço da revolta uma semana antes (militantes e testemunhas).

- 31 de julho: 100 mortos e dezenas de feridos durante uma vasta ofensiva do Exército em Hama (centro).

2012
- 4 de fevereiro: Mais de 230 civis, incluindo dezenas de mulheres e crianças, são mortos em uma noite em Homs (centro) em bombardeios do Exército.

- 25 de maio: Ao menos 108 mortos em um massacre em Hula (província de Homs). Uma Comissão de investigação da ONU afirma que as forças pró-Assad são responsáveis por muitas mortes.

- 6 de junho: ao menos 55 pessoas são mortas, incluindo mulheres e crianças em Al-Kubeir (província de Hama). O OSDH e a oposição acusam os 'shabbihas' (milícias pró-regime) pelo massacre.

- 21 de junho: Quase 170 mortos, incluindo 104 civis.
- 12 de julho: Em Treimsa (província de Hama), bombardeios e combates fazem mais de 150 mortos, incluindo dezenas de rebeldes. A oposição e uma parte da comunidade internacional chamam esta operação de 'massacre'.

- 19 de julho: A repressão e os combates fazem mais de 300 mortos, em seu maioria civis, em todo o país.

- 6 e 7 de agosto: Quase 500 mortos, incluindo mais de 300 civis, em todo o país. Em 11 e 12 de agosto, quase 300 mortos, particularmente em Aleppo (norte).

- 20-26 de agosto: Operação militar contra Daraya: mais de 500 corpos encontrados nesta periferia rebelde de Damasco.
- 20 de setembro: 225 mortos, incluindo dezenas durante um ataque contra um posto de gasolina da província de Raqa (norte).

- 26 de setembro: Ao menos 305 mortos, incluindo 199 civis.

- 23 de dezembro: Mais de 60 civis mortos em um ataque do Exército em frente a uma padaria perto de Hama (centro). Segundo a organização Human Rights Watch, os ataques contra filas de espera mataram dezenas de civis.

2013
- 15 de janeiro: 87 mortos em bombardeios contra a universidade de Aleppo. Rebeldes e regime negam responsabilidade no ataque.

- 29 de janeiro: quase 80 corpos de jovens executados são encontrado em um rio em Aleppo.

- 21 de fevereiro: mais de 83 mortos, em sua maioria civis, em atentados em Damasco.

- 11 de junho: Sessenta xiitas, em sua maioria combatentes pró-regime, são mortos na província de Deir Ezzor (leste). Com a intensificação dos combates, os balanços do OSDH ultrapassam quase todos os dias os 100 mortos.

- 21 de agosto: A oposição acusa o regime Assad de matar 1.300 pessoas em um ataque com armas químicas perto de Damasco e a comunidade internacional de ser 'cúmplice por seu silêncio'.

Zona de conflito



condições socioeconômicas- IDH

O que é IDH

IDH significa Índice de Desenvolvimento Humano, uma medida importante concebida pela ONU (Organização das Nações Unidas) para avaliar a qualidade de vida e o desenvolvimento econômico de uma população.
Anualmente é elaborado o Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH) pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) com base em três pilares (Saúde, Educação e Renda) que são medidos da seguinte forma:
Uma vida longa e saudável (Saúde): expectativa de vida ao nascer
O acesso ao conhecimento (Educação): média de anos de estudo (adultos) e anos esperados de escolaridade (crianças)
Um padrão de vida decente (Renda): medido pela Renda Nacional Bruta (RNB) com base na Paridade de Poder de Compra (PPC) por habitante
O IDH varia entre 0 (nenhum desenvolvimento humano) e 1 (desenvolvimento humano total), revelando que quanto maior a proximidade de 1, mais desenvolvido é o país.


Expectativa de vida 


Taxa de mortalidade 


Mundo 

Ásia 



Atualmente 

A Síria tornou-se um país de população pobre, com estimativa de 4 em cada 5 sírios vivendo neste momento na pobreza e com 30% da população na extrema pobreza,calculando em termos de capacidade de desenvolvimento humano e escolhas, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da Síria foi reduzido em 32,6%  desde 2010.
Fonte:http://nacoesunidas.org/onu-quatro-anos-de-conflito-sirio-levam-pais-a-uma-das-piores-posicoes-no-indice-de-desenvolvimento-humano/